Os maiores avanços na ciência da aprendizagem

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Essas são algumas das maiores e mais impactantes descobertas que contribuíram para nossa compreensão de como os alunos aprendem.

 

Uma maior compreensão do funcionamento, habilidades e limitações de nosso cérebro nos permite melhorar constantemente nossas habilidades de ensino e a produtividade de nossas sessões de estudo e horas de trabalho.

Este artigo compartilha algumas das descobertas mais significativas feitas por pesquisas recentes sobre a ciência da aprendizagem, fornecendo informações valiosas sobre como fazer o melhor uso do cérebro sem desperdiçar energia.

 

Oito descobertas críticas sobre a aprendizagem

 

O cérebro é talvez o mais misterioso dos nossos órgãos. E por muito tempo, nós realmente não entendemos o que é e como funciona.

Ainda estamos muito longe de entender tudo sobre isso, mas fizemos uma tonelada de descobertas realmente importantes na última década. Isso é especialmente verdadeiro para o aprendizado: agora temos uma compreensão muito melhor de como aprendemos, organizamos, lembramos e recuperamos informações.

Vamos explorar o que sabemos sobre como os alunos aprendem para que você possa criar para seus alunos (ou para você mesmo) o programa de estudo mais eficaz:

 

1. Mais informações não significa mais aprendizado

O processamento de informações exige recursos. Isso significa que o cérebro precisa trabalhar para entender. Esta é a razão pela qual você não pode simplesmente apresentar mais informações aos seus alunos e esperar que haja um aumento linear correspondente no aprendizado.

Cientistas do cérebro se referem ao ponto em que o cérebro de uma pessoa fica sobrecarregado por novas informações como "sobrecarga cognitiva". Muita informação nova resulta em sobrecarga cognitiva e, em última análise, reduz o aprendizado.

Como você pode reduzir a sobrecarga cognitiva? Existem duas formas principais.

  • O método quantitativo. Aqui, você simplesmente fornece menos informações novas. Você permite que os alunos entendam a maior parte do que aprendem antes de apresentar novas informações.

  • O método qualitativo. Aqui, você altera a forma como o apresenta para que seja menos opressor.

Conclusão: não apresente tantas informações que sobrecarregue seus alunos (ou você mesmo!).

 

2. As emoções influenciam a capacidade de aprender

O aprendizado é afetado por uma série de coisas. Não se trata apenas de quão inteligente uma pessoa é, mas também de como ela se sente. Pesquisas demonstram que nossas emoções afetam tudo, desde como percebemos as informações, como prestamos atenção a elas, a maneira como as lembramos e como resolvemos problemas. Isso é especialmente verdadeiro para as crianças, que são menos capazes de controlar suas emoções.

Os piores estados emocionais para aprender são ansiedade, stresse, vergonha ou medo. Essas emoções ativam o sistema límbico. A ativação do sistema límbico parece interferir na maneira como a memória é gerada. É por isso que desenvolvemos confiança com as crianças e criamos ambientes de aprendizagem seguros. Não apenas faz com que as crianças se sintam mais confortáveis, mas também as ajuda a aprender melhor.

Conclusão: ajude as crianças a se sentirem confortáveis em sua aula e elas aprenderão melhor.

 

3. Os erros são uma parte essencial da aprendizagem

Ninguém almeja o fracasso. É algo que geralmente queremos evitar. Certamente, como professor, você espera que todos os seus alunos sejam aprovados nos exames. Mas a ciência da aprendizagem está nos mostrando que cometer erros é realmente essencial para a aprendizagem. Nem todos nós aprendemos a andar de bicicleta na primeira vez que subimos nela - ficamos melhores com a prática. O mesmo acontece com as disciplinas acadêmicas: errar é fundamental para o processo de aprendizagem.

Não apenas isso, mas a pressão para ter sucesso pode inibir o aprendizado. Algumas pesquisas descobriram que os alunos realmente aprendem e têm um desempenho melhor quando são informados de que o fracasso é uma parte normal e esperada do aprendizado. Parte disso pode ser que sentir menos pressão leva a um melhor desempenho. Outra parte pode ser que, quando enfatizamos os erros, os alunos se concentram nesses erros em vez de focar no que deveriam estar aprendendo.

Conclusão: crie um ambiente que enfatize que, ao invés de ser evitado, cometer erros é normal e esperado. (E verifique esta lista de pessoas famosas que falharam muito antes de terem sucesso).

 

4. O cérebro precisa de novidades

O tédio pode não matar seus alunos, mas pode matar sua atenção e força de vontade para aprender. Como professores, muitas vezes repetimos o material porque sabemos que "a prática leva à perfeição" (ou, como gosto mais de dizer, "a prática faz progresso").

Mas acontece que o que o cérebro realmente anseia é a novidade. Novidade - ser exposto a novas ideias e coisas - libera dopamina, que é um neuroquímico que faz parte do centro de prazer de nossos cérebros. Nós achamos isso gratificante. A dopamina acaba desempenhando um grande papel na motivação para o aprendizado. Isso não quer dizer que não devamos fazer com que nossos alunos pratiquem as mesmas coisas, mas fazer essa prática de novas maneiras pode melhorar os resultados do aprendizado.

Conclusão: apresente informações aos seus alunos de maneiras novas e interessantes.

 

5. Os estilos de aprendizagem não importam tanto quanto pensamos

Você vai se lembrar de tudo sobre aprendizagem visual, auditiva e cinestésico. Você provavelmente já participou de uma atividade ou teste que deveria "diagnosticar" seu estilo de aprendizagem. Essa ideia fez sentido para nós: algumas pessoas podem aprender melhor se aprenderem de maneiras diferentes, mantivemos essa ideia por décadas.

Embora seja verdade que temos preferências pela aprendizagem (algumas pessoas gostam mais de ler do que ouvir), verifica-se que há poucas evidências para a ideia de que essas preferências levam a uma aprendizagem melhor. Estilos de aprendizagem simplesmente podem não funcionar.

Isso não significa que todas as atividades de aprendizagem são criadas igualmente. Muitos estudos científicos descobriram que algumas técnicas são muito mais eficazes do que outras. Por exemplo, usar a recordação ativa, em que você volta ao cérebro para buscar uma resposta, é muito mais eficaz do que reler, destacar, mapear o conceito ou reconhecer a resposta certa em uma recordação posterior. Da mesma forma, espaçar o aprendizado é melhor para recordar do que acumular tudo de uma vez (mas você sabia disso).

Conclusão: a forma como ensinamos é importante, mas não se preocupe muito com estilos de aprendizagem. Em vez disso, incorpore a lembrança ativa em seu ensino e a aprendizagem espacial ao longo do tempo.

 

6. Os cérebros operam com base no princípio "use ou perca"

Este está relacionado com a mudança do cérebro. Ele está constantemente construindo e reconstruindo caminhos neurais. As vias usadas com mais frequência ficam mais fortes e bem estabelecidas. Esses caminhos que não são usados são reconstruidos.

Este é o motivo pelo qual seu francês fica enferrujado quando você não o usa ou por que vai demorar um pouco para resolver um problema de álgebra, caso não o faça há algum tempo. Com o cérebro, aquele velho ditado é verdadeiro: se você não o usar, você o perde.

O que isso significa para o seu ensino? Significa ter seus alunos repetindo o material antes de esquecê-lo.

Um dos conceitos mais importantes que surgiram da ciência da aprendizagem é a repetição espaçada. Repetição espaçada é a ideia de que você distancia o aprendizado de modo a repetir algo antes de o ter esquecido. É a melhor maneira de otimizar o aprendizado e a lembrança.

Conclusão: você precisa repetir as informações que deseja que seus alunos lembrem.

 

7. Aprendemos juntos - é social

É verdade que alguns alunos preferem sentar-se fechados em um canto tranquilo da biblioteca. Mas a maioria das pessoas realmente aprende muito melhor quando esse aprendizado é feito por meio da interação social.

Colaborar com colegas acaba levando a resultados de aprendizagem muito melhores. Isso também se reflete em estudos de imagens cerebrais: quando as informações são apresentadas por outras pessoas de uma forma multissensorial, as neuroimagens mostram várias redes neurais funcionando juntas ao mesmo tempo. Ainda outra pesquisa descobriu que aprendemos informações de forma muito eficaz por meio de pistas sociais, como lembrar as palavras de outras pessoas ou emular suas ações.

 

Conclusão: crie oportunidades de colaboração. Isso inclui trabalho em grupo ou estratégias de ensino entre pares. Pode até fazer com que sua turma trabalhe em conjunto.

 

8. O aprendizado acontece melhor por meio do ensino

Se você é professor, deve estar familiarizado com isso: você nunca entende algo tão bem quanto depois de tê-lo ensinado. Na verdade, existem algumas pesquisas para isso: ensinar outras pessoas é um dos métodos de estudo mais eficazes.

Na verdade, uma técnica de estudo muito eficaz, chamada Técnica de Feynman, é projetada com base neste princípio. Sugere que, para aprender algo novo ou estudar para uma prova, os alunos pegam a matéria e escrevem sobre ela como se estivessem ensinando outra pessoa - até mesmo uma criança. Descobrir como explicar algo complexo usando uma linguagem simples e sem jargão, e resumidamente, consolida o aprendizado que já existe e identifica lacunas no conhecimento.

Conclusão: crie oportunidades de ensino entre pares porque explicar algo reforça o conhecimento. Faça com que seus alunos ensinem novas informações uns aos outros. Ou mesmo em uma parede.

 

Entenda como os alunos aprendem

Entender como os alunos aprendem é uma das maneiras mais importantes de garantir que seu aprendizado seja eficaz. Isso pode mantê-lo concentrado nas atividades que realmente aprimoram o aprendizado e nas atividades que podem não trazer muito benefício.

 

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Marcos Cavalcanti


Acredita que a curiosidade é o primeiro passo para descobrir coisas extraordinárias. Trabalha com administração e gestão de projetos, atualmente na área de educação. Amante de fotografia, cinema, tecnologia, viagens e tudo que vier para somar positivamente.